O crescimento do volume de vendas tem gerado perspectivas positivas no varejo, segundo os resultados do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de junho. Neste mês, o indicador apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) cresceu 5,1% e, no ano, 24,4%, alcançando 122,4 pontos, a maior pontuação desde março de 2020 (128,4).
A análise da Confederação destaca que os números da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram crescimento sustentado do volume de vendas nos primeiros quatro meses do ano, o que é refletido no indicador de Condições Atuais do Setor do Comércio, que também chegou ao maior nível desde março de 2020, 107,1 pontos.
O item Expectativas do Empresário do Comércio também obteve o terceiro avanço consecutivo, atingindo 152,4 pontos. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que o resultado apresenta um panorama das projeções do comércio para o curto prazo. “Essa evolução positiva das vendas, a despeito da inflação persistente e dos juros elevados, melhorou a percepção dos comerciantes, fazendo com que projetem um cenário favorável para o setor no segundo semestre”, ressalta.
Suporte à renda e substituição de marcas
A economista da CNC responsável pela análise, Izis Ferreira, esclarece que as medidas de suporte à renda, como o auxílio emergencial e os saques extraordinários do FGTS, seguem produzindo efeitos positivos no consumo e viabilizando o pagamento de dívidas. “Com o ticket médio das vendas correntes mais baixo, o comércio aposta na recorrência das compras e na substituição de marcas caras, o que também explica o bom desempenho das vendas no contexto da disseminação da alta dos preços aos consumidores”, acrescenta.
Os números do Icec também apontam que as expectativas positivas dos varejistas de grande porte para os próximos meses apresentaram um salto entre abril e junho deste ano, indo de 143,8 para 150,6 pontos. O índice que avalia essas expectativas cresceu 5,7% em relação a junho do ano passado. Sobre isso, Izis explica que, apesar do peso menor no total de estabelecimentos do comércio, o tomador de decisão do grande varejo, em geral, antecipa tendências. “Os números indicam que, na visão desses varejistas, o desempenho da economia, do comércio e das próprias empresas será melhor na segunda metade do ano”.
Melhora da rotatividade dos estoques
Ainda segundo a pesquisa, apesar das margens comprimidas e do custo do crédito mais alto, o comerciante sentiu que, em relação há um ano, a rotatividade dos estoques melhorou em junho. A percepção sobre o nível dos estoques diante da programação das vendas (90,6 pontos) é a melhor desde abril de 2020. A proporção de 23,5% dos varejistas considera o volume de estoques acima do adequado, 4,4 pontos percentuais abaixo da média do período da pandemia (27,9%).
(Redação – Indicadores Econômicos)